
Plantação de Igrejas ou Abertura de CNPJs? Entenda...
Quando falamos em plantação de igrejas, precisamos compreender que não...
Segundo o Censo Demográfico 2022 do IBGE, os evangélicos representam agora 26,9% da população brasileira, totalizando cerca de 47,4 milhões de pessoas — aumento de 5,2 pontos percentuais desde 2010, quando eram 35 milhões. Embora essa expansão seja impressionante, é essencial perguntarmos: longe dos números frios, o crescimento é fruto de conversão sincera e discipulado sólido, ou simplesmente uma transposição organizacional de crentes entre igrejas?
Em quatro décadas, o cristianismo no Brasil perdeu 12 pontos percentuais — de 95,6% em 1980 para 83,6% em 2022 — sinalizando uma significativa pluralização religiosa
iser.org.br . Esse cenário inclui o crescimento de pessoas sem religião (9,3% da população), que já somam mais de 16 milhões . Embora o número de evangélicos tenha crescido, a redução geral no cristianismo sugere que nem todo aumento evangélico se traduz em avivamento genuíno: muitos podem estar migrando de fé ou respondendo a modismos, sem real transformação espiritual.
O Censo também revela um mapa complexo: evangélicos são maioria no Norte (36,8%) e Centro‑Oeste (31,4%), enquanto católicos ainda predominam no Nordeste (63,9%) e Sul (62,4%)
Extra Classe . Nos estados mais jovens e urbanos, vemos concentrações de sem religião superiores à média, como 10,6% no Sudeste. Esse perfil indica um Brasil religioso-dual: por um lado, uma juventude evangélica considerável (31,6% entre 10‑14 anos), por outro, um expressivo contingente de não-crentes em crescimento
CNN Brasil
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O termo plantação de igrejas carrega um peso espiritual que não pode se resumir a estratégias administrativas. Quando se reduz o processo a uma filial com nome “moderno”, estrutura de marketing e busca por público, corre-se o risco de priorizar estética e números em detrimento da essência evangélica. A abertura de igrejas deve ser fruto de oração, cobertura pastoral, mentoria e motivação altruísta — algo que envolve corpo, alma e comunidade, não somente a formalização de um CNPJ.
Um modelo consistente de plantação começa com grupos pequenos em lares, uma cobertura espiritual estruturada e um processo intencional: discipulado, preparo de lideranças, multiplicação de células, reuniões públicas mensais e, somente com esse alicerce, o estabelecimento de um local fixo. Essa trajetória respeita tanto os aspectos administrativos quanto os objetivos espirituais, garantindo saúde ministerial e evitando rupturas e divisões futuras.
O evangelho precisa avançar especialmente onde a necessidade é maior: periferias, ribeirinhas e sertões. A atuação missionária nesses contextos exige coragem, sensibilidade e compromisso com a justiça social. Plantar igrejas em áreas menos favorecidas é responder a um chamado bíblico e humanitário, oferecendo transformação de vida além do que o conforto urbano proporciona.
O crescimento evangélico registra números notáveis, mas nos convoca à integridade espiritual. Seremos julgados não pelos rostos nos cultos, mas pelos frutos: vidas mudadas, cura emocional, amor comunitário, ensino obediente e a expansão do Reino com justiça. Fé genuína se revela na prática, não apenas na contagem de membros.
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